Sempre que oiço alguém dizer que está com bloqueio de escritor, a primeira coisa que me vem à cabeça, é que essa pessoa simplesmente não tem hábitos de escrita.
E em 90% das vezes, estou certo.
A não ser que já tenha rotinas de escrita incorporadas, e que nas alturas em que normalmente escreve não o consiga fazer, essa pessoa não tem bloqueio de escritor. Apenas nutre a fantasia de um dia escrever alguma coisa.
A imprevisível inspiração.
Quando se tem o hábito de escrever diariamente, umas vezes a inspiração está presente, outras vezes não está.
O que distingue um amador de um pro, é que o pro senta-se todos os dias à mesma hora para escrever, quer tenha vontade de o fazer ou não, enquanto que o amador nem sequer liga o computador se não estiver a sentir-se inspirado.
O pro conhece um segredo:
Quando não se sente inspirado, não há problema. A inspiração surge depois de começar a escrever e não antes.
Na semana que passou, apenas consegui escrever dois artigos, mesmo tendo dedicado duas horas diárias à escrita, como faço habitualmente.
Alguma coisa correu mal. Conheço algumas estratégias para ultrapassar bloqueios criativos. Para não as esquecer, decidi escrever este artigo.
Quando ficar novamente especado a olhar para um google doc em branco por mais de 20 minutos, será aqui virei. Sinta-se à vontade para fazer o mesmo.
O meu processo de escrita.
Ao longo dos anos, desenvolvi um processo para escrever. Uma forma de assegurar a produção de conteúdos, mesmo que não me sinta inspirado, nem tão pouco motivado.
Quando chega a hora agendada para escrever e sem pensar em nada, sigo estes dois passos:
Nº 1, sentar o rabo na cadeira.
Nº 2, abrir o processador de texto.
Difícil não é?
Para além destes dois passos existem duas regras a seguir.
- É expressamente proibido abrir qualquer rede social, ler emails, navegar em qualquer site que não tenha a ver com o tema acerca do qual vou escrever.
- Avisar as pessoas que se encontram no mesmo espaço que eu de que vou escrever e de que não me podem interromper por motivo rigorosamente nenhum.
Quando não há nem um vislumbre de inspiração.
Se não fizer a mais pequena ideia do que escrever, procuro vídeos no youtube sobre vários temas do meu interesse.
O que acaba sempre por acontecer, é surgirem-me ideias e conceitos que nada têm a ver com o tema dos vídeos que acabei de ver, começando assim a escrever os primeiros parágrafos do meu artigo.
Lembra-se de eu ter dito que a inspiração vem depois de começar a escrever e não antes?
Mesmo que escreva apenas algumas palavras, estas são suficientes para despoletar mais alguns parágrafos.
Enquanto escrevo esses parágrafos é comum surgirem-me mais ideias sobre o mesmo tema, e para não as esquecer, escrevo-as imediatamente no fim da página, antes mesmo de acabar de escrever o parágrafo em que me encontro.
Descobri recentemente um vídeo sobre escrita que tenho visto sempre que me preparo para começar a escrever.
https://www.youtube.com/watch?v=1lTcgSzf0AQ
Outro fator que pode causar um bloqueio de escritor, é a ansiedade de desempenho. Se por algum motivo começar a duvidar da minha qualidade enquanto escritor, faço o seguinte raciocínio:
“Se a minha escrita for má, só existe uma maneira de a melhorar que é escrevendo. Por isso, mesmo que a minha escrita não tenha qualidade, mais vale escrever na mesma, ao menos estarei a praticar.”
A reter por quem escreve.
– Isto não é um talento, mas antes uma habilidade que se desenvolve com a prática.
– Ler no mínimo 1 hora por dia é obrigatório.
– Escrever lixo é melhor do que não escrever nada.
Espero que possam retirar deste texto algumas dicas para aplicarem em todas aquelas alturas em que os nossos cérebros decidem deixar de funcionar.
Pergunta: O que fazem quando têm bloqueio de escritor? Deixem-me saber comentando em baixo e estejam à vontade para colocar os links dos vossos blogs.
Interesso-me por todo o conhecimento que pode genuinamente melhorar as nossas vidas. Discordo dos ideais transmitidos pela cultura pop, e prezo habilidades como a autodisciplina e a capacidade de pensar pela própria cabeça. O meu propósito de vida é escrever não-ficção.