Porque os clichés arruínam a criatividade

Os clichés estão em todo o lado. Basta ligar a televisão para ver mais uma história sobre um rapazinho atado, que por algum motivo totalmente aleatório ganha super poderes e começa a espancar vilões. 

Ou ouvir a música que passa na maior parte das estações de rádio, sobre o homem que deixou fugir a mulher da sua vida por não lhe ter oferecido flores, e que por causa disso vai passar os próximos 20 anos deprimido e a tomar más decisões, como meter-se na droga e no jogo (ok estou a exagerar um bocado). 

Os clichés estão aí e vieram para ficar, pois são uma aposta segura. Mas não é só no entretenimento que os clichés imperam.  

Os clichés nas nossas vidas. 

É também na nossa vida pessoal e profissional, sendo estes bem visíveis nos nossos relacionamentos interpessoais. Os clichés manifestam-se no nosso comportamento, nas frases que proferimos e nos conselhos generalistas, inúteis e redundantes que damos uns aos outros. 

Como por exemplo: “Precisas de encontrar o equilíbrio” ou “Para teres um bom relacionamento é preciso comunicação”, e o meu preferido de todos: “A vida é para ser vivida”. 

Apanhamos estes clichés através do condicionamento social, ao qual ninguém está imune. Os clichés têm ainda outra vantagem, fazem com que não precisemos de pensar pela nossa própria cabeça. 

Repetir aquilo que já foi feito e que é do conhecimento geral é o ideal quando não há inspiração. Contudo, se quer fazer uso de criatividade, este procedimento acarreta consigo uma grande desvantagem. 

Os clichés ocupam o espaço da inspiração. 

Os clichés arruínam a criatividade porque preenchem o espaço nas nossas cabeças que poderia ser ocupado pela inspiração. E mesmo que não tenha qualquer relação com o mundo das artes, você é um criador da sua própria vida. 

As suas decisões, as suas escolhas, e até mesmo os seus impulsos têm a sua dose de criatividade.  

As alturas de maior criatividade são provavelmente aquelas em que devido a circunstâncias impostas, somos obrigados a nos reinventar, criando uma nova personalidade e aprendendo novas coisas sobre nós próprios. 

Quando atravessamos esses momentos, vivemos um misto de curiosidade e deslumbramento, mas também de vulnerabilidade e frustração. Tal deve-se ao facto de criarmos novas interpretações sobre o mundo à nossa volta. 

Porque precisamos de criatividade. 

A criatividade é importante para o ajudar em situações tão diversas que vão desde resolver problemas, até lidar com pessoas que o criticam

Mas mais que isso, a criatividade é que o vai desembaraçar em todos aqueles momentos em que o único recurso com o qual pode contar, é a sua desenvoltura

Como ser mais criativo. 

Existem várias formas de se tornar mais criativo, aqui estão algumas: 

Expor-se a novas formas de arte e a novos autores. 

Se gosta de ler, de cinema, de música ou de qualquer arte no geral, procure pelo trabalho de autores que lhe são desconhecidos, assim como novos géneros. Experimente também visitar galerias de arte, museus e exposições. 

Essencialmente, a ideia é expor-se a algo que é novidade para si. 

Observe sem julgamentos. 

Esta requer um esforço consciente da sua parte, pelo menos no início. Observar sem julgamentos consiste em atravessar os seus dias sem tirar elações sobre as pessoas, sobre as situações, e sobre a maior parte das coisas que se passam à sua volta. 

O objetivo, é não formar opiniões e deixar espaço em branco na sua mente que acabará inevitavelmente por ser preenchido por outra coisa mais construtiva. 

Falhe a aprenda. 

O medo de falhar faz com que nunca tente fazer algo de novo, e como deve calcular, repetir constantemente os mesmo hábitos em nada contribui para estimular a criatividade. 

Se estiver disposto a falhar quando tentar novos empreendimentos e novos projetos ao longo da sua vida, vai expor-se a novas situações que levarão a mais aprendizagens, que por sua vez, aumentarão muito a sua criatividade. 

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