Como mudar o seu passado para mudar o seu futuro

Quem nunca teve como passatempo na infância, fantasiar sobre a vida adulta, cheia de possibilidades infinitas? Mais do que fantasiar, divagar acerca da própria vida, uma vez atingida a maioridade? 

Algumas idades são marcos importantes para nós. As idades de 18, 20, 30 e 40 anos (escolha o seu número), são normalmente idades sobre as quais pensámos muito, imaginando a vida que teríamos quando lá chegássemos.  

Quando nos apercebemos pela primeira vez que o futuro que tentámos antecipar se tornou finalmente no nosso presente, ganhamos consciência do quanto maus profetas somos. Ainda que o nosso espanto possa ser tanto de jubilo como de horror.  

Quando foi a última vez que definiu com clareza o futuro que gostaria de viver? 

O hábito de idealizarmos o nosso futuro desvanece-se à medida que envelhecemos. Não desaparece por completo, mas a forma como idealizamos o nosso destino torna-se cada vez mais vaga e abstrata. 

Sem uma visão clara, qualquer caminho parece lá chegar. 

Pode desejar uma coisa com muita força, só que o desejo apenas nunca alcança nada a longo prazo.

O desejo, a motivação ou a força de vontade, chame-lhe o que quiser, é nada mais do que uma emoção que é sentida intensamente, mas que é muito volátil e difícil de despertar nos momentos em que realmente precisamos dela. 

A motivação parece ajudar a percorrer um caminho desconhecido, como se precisasse de uma dose de coragem para se aventurar em território obscuro, misterioso e porventura inóspito. 

A alternativa, é definir com exatidão aquilo que quer, para saber qual o caminho que o leva lá. Mas aquilo que o levará a percorrer esse caminho não será a motivação inconstante, repentina e imprevisível, mas sim os hábitos, a autodisciplina e a consistência. 

O desapontamento do presente não é uma previsão do futuro.

Raramente o presente é tão bom como aquilo que gostaríamos que fosse. São poucas as pessoas que afirmam ter tudo aquilo que desejavam quando, no passado, pensaram sobre o futuro. Nada nem ninguém o obriga a perpetuar o seu presente. 

A vida é imprevisível, as adversidades acontecem quando menos esperamos, e a maneira como reagimos a estas nem sempre é a melhor. Todavia, uma coisa é certa: 

Enquanto culparmos o ambiente à nossa volta pelo nosso desapontamento, seremos incapazes de fazer algo para o mudar. 

Mais vale sermos nós a afetarmos as circunstâncias à nossa volta, do que serem estas a nos afetar. Esta é uma questão de mentalidade, a qual pode ser desenvolvida se estivermos dispostos a alterarmos os nossos paradigmas. 

O seu presente não tem de ditar o seu futuro. 

A idade mais importante é a que tem agora.

A fase mais importante da sua vida não aconteceu no passado. A fase mais importante está a acontecer neste momento, enquanto lê estas palavras. O momento de agora é o único momento em que pode tomar decisões. 

Como por exemplo, deixar de se ver como uma vítima das circunstâncias, ou deixar de culpar os seus pais, a sua infância, ou o país em que vive por tudo aquilo que o dececiona na sua vida. 

O momento presente é também o único momento em que pode tomar a decisão de parar de se autossabotar.  

E se ainda pudesse mudar tudo?

Não seria fantástico se pudesse mudar aquilo que aconteceu no seu passado, de uma forma que alterasse todo o seu destino? E seu eu lhe dissesse que existe uma forma de alterar o seu passado? Acharia que perdi a sanidade mental, não é? 

Pensaria “coitado do José Lança, pirou de vez e deve achar que tem alguma máquina de viajar no tempo”. A verdade é que não tenho nenhuma máquina de viajar no tempo, mas sei de algo que pode fazê-lo sentir como se tivesse mesmo ido ao passado e mudado alguma coisa. 

A grande diferença, é que essa viajem ao passado não vai alterar o seu presente instantaneamente, no entanto, tem um grande potencial para alterar o seu futuro a partir do momento em que decidir fazê-la. 

Mude a sua história, ainda vai a tempo. 

A sua história pode ser mudada. Aquilo que não pode mudar são os factos que aconteceram no passado. Os factos são imutáveis, ainda assim, é provável que estes já tenham sido distorcidos pela sua perceção dos acontecimentos. 

A sua perceção dos acontecimentos tem quase como a capacidade mágica de os alterar. Embora não altere verdadeiramente os factos nus e crus, pode alterar uma história que sempre achou ser incapacitante, para uma empoderadora. 

É possível que tenha criado uma história que o torna incapaz de realizar os seus objetivos, pegando em FACTOS do seu passado, e interpretando-os de maneira a se autossabotar. 

Se não quer que o seu passado prejudique o seu futuro, mude a interpretação que tem vindo a fazer da sua história. 

As nossas memórias são reconstruções do passado baseadas no nosso atual entendimento do mundo. 

Em vez de deixar essas reconstruções criarem-se sozinhas ou através de filtros negativos e tóxicos, pode escolher ser ativo e consciente na maneira como reconstrói o seu passado mentalmente. 

Como subir na sua própria consideração.

A opinião que tem sobre si mesmo é a mais importante de todas. Engradecer-se mentalmente não vai mudar muito a sua autoestima.  

Enumerar as suas qualidades pode ajudar, tal como fazer afirmações positivas em voz alta (algo que mudou a minha vida), mas o que terá o impacto mais poderoso, é a maneira como gere a sua vida no presente. 

Descobri recentemente um conceito que me deixou muito impressionado. Perguntando-me a mim mesmo como é possível que nunca o tenha lido em nenhum sítio antes! O conceito é seguinte: 

Quem estamos a ser no momento presente vai determinar a opinião que temos de nós próprios no futuro! 

Esconde-se um poder abismal por trás desta frase! Se não gosta da maneira como se vê a si mesmo atualmente, pode agir de maneira diferente para subir na sua própria consideração amanhã! 

Assim sendo, para além de poder mudar a sua história, pode também mudar o seu futuro através das suas ações, precisa apenas do seguinte: 

Decisões! Decisões! Decisões!

Pensar sobre tudo o que leu é o primeiro passo, mas este texto só por si não vai fazer nada. Precisa de tomar decisões. As decisões, para serem efetivas, requerem algum tipo de ação.  

Se tomar uma decisão mentalmente, esta não será realmente uma decisão até que faça alguma coisa no mundo real, relacionada com a mesma. 

A melhor decisão que pode tomar neste momento, é a de escolher os eventos do passado que mais o prejudicaram, na sua opinião, e perguntar-se: 

O que aprendi com estas experiências? 

O que trouxeram de positivo à minha vida, sem que tivesse me apercebido? 

De que forma estes acontecimentos, que à primeira vista são negativos, podem ajudar-me a ter um futuro gratificante?

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