7 crenças populares que o tornam infeliz

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Talvez eu esteja a ficar velho e ainda me agarre a valores antigos, ou talvez a sociedade atual esteja a arrasar com a sua própria felicidade com crenças tóxicas que se apanham um pouco por todo o lado. 

Não importa o sítio onde estejamos, existe sempre algo a tentar sugar a nossa atenção. Quando não é um cartaz publicitário, é um anúncio na televisão, e quando não é um anúncio na televisão, é o nosso smartphone. 

As crenças que nos tornam infelizes são tão populares que parecem normais. 

A infelicidade não deveria de ser a norma. Não nascemos com o objetivo de sofrer. Antes pelo contrário, a nossa passagem pelo mundo é muito curta e deve ser aproveitada da melhor forma possível. 

O número de depressivos aumentou a nível mundial, entre 2005 e 2015, segundo um relatório publicado pela World Health Organization, apesar de a vida nos países desenvolvidos nunca ter sido tão confortável como é nos dias de hoje. 

Chego assim à conclusão de que deixarmo-nos guiar pelo ambiente à nossa volta tem mais probabilidades de nos fazer infelizes do que o contrário.  

Algumas das nossas rotinas são responsáveis pela nossa infelicidade. Parece que tornamos as nossas vidas miseráveis de propósito, repetindo maus hábitos que adquirimos através de maus exemplos. 

Se o objetivo é ser feliz – apesar de achar que a felicidade está sobrevalorizada – então porque não adotarmos um sistema de crenças que nos ajude a sermos felizes em vez de miseráveis? 

As crenças são invisíveis, mas provocam evidências bem reais.

Não somos culpados pela má programação instalada nas nossas mentes. Pelo menos, até ao momento em que descobrimos que temos crenças que comprometem a nossa felicidade. 

As crenças governam as nossas vidas. Interpretamos os factos através dos filtros baseados naquilo em que acreditamos, e os nossos comportamentos são influenciados pelas crenças com que o nosso subconsciente foi programado. 

Funciona desta forma e não existe volta a dar. Muitos de nós foram programados de uma forma que torna a infelicidade numa profecia autorrealizável.  

Apanhamos os hábitos e as crenças dos nossos pais e das pessoas com quem passámos a maior parte do tempo durante a infância e a adolescência. Sem esquecer o condicionamento social à nossa volta que arruinou as nossas vidas

Durante a vida adulta, continuamos a enraizar novas crenças no nosso subconsciente. Só que muitas vezes, estas são muito parecidas às que já possuíamos. Nada acrescentam às nossas vidas. 

As nossas crenças influenciam o tipo de pessoas que atraímos, quer nos relacionamentos amorosos, quer nas amizades.  

Por exemplo, se acreditar que o dinheiro traz infelicidade, é muito provável que trave amizade e tenha relacionamentos com pessoas que confirmem aquilo em que acredita. 

Atraímos pessoas com uma programação mental semelhante à nossa sem termos consciência disso. 

Uma sociedade infeliz é uma sociedade consumista.

A sociedade à nossa volta não está desenhada para nos fazer felizes, está desenhada para nos fazer consumir. E quem é que faz mais compras de maneira a preencher a lacuna dentro de si mesmo? Adivinhou! As pessoas infelizes. 

Vivemos num mundo que nos faz sentir que não somos suficientes. A não ser que tenhamos algo que brilhe e que os outros admirem e invejem, não temos valor.  

Nem tão pouco importa que esse brilho seja apenas por fora. O interior pode ser totalmente desprovido de conteúdo, superficial e mesquinho. 

A aparência é tudo, ou pelo menos, é disso que nos tentam convencer. Basta ver o sucesso de redes sociais como o Instagram, onde o que tem sucesso é aquilo que é agradável à vista. Não interessa ser, só interessa parecer. 

Numa sociedade onde a superficialidade é recompensada, torna-se inevitável adquirir crenças que nos tornam infelizes. Repetimos aquilo que vemos os outros fazer, não obstante gostarmos de acreditar pensar pela própria cabeça. 

7 crenças populares que o tornam infeliz.

1. As pessoas que demonstram sinais de riqueza fizerem algo de imoral, ilegal ou ambos.

O sucesso de alguns faz muitos outros sentirem-se inadequados. Infelizmente, um grande número de pessoas fica magoada quando veem outros a prosperar. Se alguém demonstra ter mais recursos financeiros do que a maioria das pessoas que conhecem, é imediatamente rotulado como trapaceiro. 

A influência do dinheiro na nossa felicidade já foi estudada e não deve ser ignorada. É mais difícil ser-se feliz quando se é pobre, e o dinheiro traz felicidade até um determinado ponto. 

2. É importante estar nas redes sociais. 

Tenho um certo ódio de estimação pelas redes sociais. Sei que pode parecer hipócrita vindo de alguém que as usa para promover um blog, mas o meu ódio deve-se à forma como estas se tornaram num antro de conteúdos tóxicos e de entretenimento frívolo. 

As redes sociais tornaram-nos estúpidos. Para além de nos terem tornado estúpidos, fizerem disparar o narcisismo dentro de cada um de nós.  

Receber atenção sabe bem. O problema, é que aprendemos a associar o nosso valor como seres humanos ao número de likes que recebemos.  

Estar nas redes sociais nem sequer é importante para as nossas carreiras. O cientista de computação Cal Newport, afirma que as redes sociais são um mero produto de entretenimento.  

Na sua Tedtalk, Cal Newport afirma também que aquilo que o mercado valoriza não é o nosso número de seguidores nas redes sociais, mas sim a nossa capacidade de criar algo que seja raro e difícil de replicar. 

3. Temos de ouvir as opiniões dos outros.

“Quem te avisa teu amigo é”, será? Ou será que está apenas a ser tóxico e negativo? E o que é que essa pessoa sabe de qualquer das maneiras?  

Se não temos de ouvir as opiniões dos outros, também devemos de ser contidos nos nossos pareceres. Quem não adora dar a sua opinião como se estivesse a revelar um grande segredo do universo? 

Faça o seguinte. Imagine um mundo onde todos os conselhos são inúteis, e a aprendizagem só existe se examinarmos o resultado das nossas tentativas falhadas de concretizar alguma coisa.  

Um mundo onde a única forma de aprender é fazer, observar os resultados, aprender com eles, fazer novamente com mais informação, e assim sucessivamente, até concretizarmos o que desejamos. 

Esse mundo, é aquele em que vivemos. Os grandes objetivos – os tais que são raros e difíceis de replicar – não se conquistam ouvindo a opinião dos outros. 

4. Temos de encontrar o nosso propósito de vida.

Onde é que pensa que vai encontrar o seu propósito de vida? Se acha que ele jaz por aí algures, escondido nalgum sítio, vou dizer-lhe o seguinte: você não vai encontrar nada.  

Não vai encontrar um propósito de vida fazendo uma pesquisa na internet, vendo vídeos no Youtube, ou através de conversas filosóficas com sem-abrigos. 

Se quer um propósito de vida, tem de ser você a criá-lo. Explore várias opções e tenha diversas experiências se necessário. Mas no final, é você que faz a escolha. Essa decisão é tomada quando resolve manter na sua vida, a longo prazo, aquilo que você escolheu

Ainda assim, é importante saber que não precisa de um propósito de vida para ser feliz. Nem toda a gente precisa de encontrar algo que dê significado às suas vidas.  

Se for uma dessas pessoas que é feliz simplesmente por existir, então por favor largue o seu smartphone neste preciso momento (ou computador), e vá viver a sua vida! 

5. O governo é responsável pela nossa felicidade.

Chame-me todos os nomes que conseguir e mais alguns se quiser, mas esta crença é simplesmente hilariante! Acreditar que o seu bem-estar está nas mãos do governo é o mesmo que esperar ganhar o Euromilhões para ser independente financeiramente. 

De todas as formas que existem de se evitar a culpa pela nossa infelicidade, esta é das mais insólitas. Qualquer que seja o país em que você está a ler este artigo, tenho a certeza que existem pessoas à sua volta que são felizes.  

Talvez não as conheça pessoalmente, talvez seja um vizinho seu que apenas cumprimenta casualmente, ou talvez seja a pessoa que lhe serve o café todas as manhãs. Se elas lhe parecem felizes, pergunte-lhes se o são realmente ou se é apenas a sua imaginação.  

Se a resposta delas for “sim”, pergunte-lhes como é que elas fazem. O governo delas é o mesmo que o seu. 

6. Tudo na nossa vida tem de estar bem para sermos felizes.

Se alguma vez tiver uma fase em que tudo na sua vida está bem, e quando digo tudo, refiro-me a todas as áreas da sua vida, aproveite muito bem porque provavelmente não vai durar muito tempo. 

Contudo, isso nunca acontece. Não existem vidas perfeitas. As pessoas que vê na televisão e que aparentam ter tudo aquilo que o resto do mundo quer, também têm os seus problemas. 

Podem ter problemas familiares, problemas mentais, ou estarem endividadas apesar de parecerem milionárias. Não querendo isso dizer que sejam infelizes. 

Cada um de nós pode ter alguma coisa que o faz feliz e que contraria tudo aquilo que não corre bem. Para mim, é a possibilidade de fazer pesquisa e escrever estes artigos.  

Posso inclusive ter a minha vida toda de pernas para o ar, mas enquanto puder trabalhar neste blog, a minha vida tem um propósito. Isso, é o que me faz feliz. 

Se não sabe o que é que o faz feliz, precisa de fazer uma introspeção e tentar perceber aquilo que é verdadeiramente importante para si. Quando souber, terá em sua posse o poder de ignorar o caos à sua volta, focando-se naquilo que o deixa realmente satisfeito. 

Não precisa de ser um às a gerir cada uma das áreas da sua vida. Precisa sim de deixar de acreditar que não merece ser feliz enquanto não resolver todos os seus problemas. 

7. Precisamos de alguém para nos completar.

Haverá alguma crença mais derrotista do que esta? Sentir que precisa de alguém para o completar assume logo à partida que lhe falta alguma coisa. 

A única pessoa que vai de certeza absoluta acompanhá-lo durante toda a sua vida, é você. Se não gosta de passar tempo consigo mesmo, é porque não gosta de si o suficiente.  

Ter alguém que o completa é dar a outra pessoa o poder de o controlar. É colocar a sua felicidade nas mãos de outra pessoa. Você não precisa de alguém que o complete por um motivo muito simples.  

Eu passei uma boa parte da minha vida a acreditar que aquilo que eu lhe vou dizer não era aplicável a mim. Talvez nunca ninguém lhe tenha tido isto, se nunca ninguém lhe disse, então eu serei o primeiro a fazê-lo.  

Embora seja quase certo eu não o conhecer pessoalmente, tenho a certeza do seguinte: 

Você é suficiente. 

Não precisa da aprovação dos outros. Não precisa de estar num relacionamento com a sua “alma gêmea”. Se quiser ter estas coisas, pode tê-las, mas não precisa delas pelo motivo de que você é perfeito assim, tal como é. 

Não temos de aceitar tudo o que nos querem enfiar na cabeça.

Para contra-atacar escolha você a sua própria programação. Faz isso sendo meticuloso em relação ao que escolhe expor-se. Aquilo a que escolhe expor-se engloba tudo. Desde televisão, música, amigos e familiares. 

Acredito que cada um de nós está em busca de alguma coisa. Alguns apenas querem respostas, outros querem autênticas revelações. Considero-me um felizardo por já ter encontrado a resposta à principal questão da minha vida.  

Contudo, existem muitas outras questões às quais não sei a resposta, mas gostaria muito de saber.  

Pergunto-me como é que os relacionamentos saudáveis funcionam, qual a melhor forma de causar um impacto positivo na vida das pessoas, e ainda, se vale a pena fazer grande parte das coisas que fomos ensinados a fazer. 

Tenho ainda muitas outras perguntas e sei que jamais encontrarei uma reposta para a maioria. Mas isso não significa necessariamente que seja infeliz.  

Sei que o meu propósito de vida é investigar sobre tudo aquilo que me interessa, e felizmente, a minha vida permite-me fazê-lo de corpo e alma.  

As opiniões dos outros voam o tempo todo na nossa direção. Mas quando temos a certeza de quem somos e daquilo que nos move, não há crenças, opiniões ou condicionamento social que nos impeça de realizarmos os nossos intentos.  

Sabe quais as crenças que mais contribuem para a sua infelicidade?

Existem outras crenças que contribuem para a sua infelicidade, para além das já abordadas. Neste artigo, foquei-me naquelas que são na minha opinião as mais populares. 

Se souber quais as crenças que mais impactam negativamente a sua vida, partilhe-as comigo nos comentários. 

Uma das lições mais importantes a retirar, é que grande parte daquilo que é popular pode ser usado como exemplo a NÃO seguir.

Se fizer o contrário do que a maioria faz, vai ter resultados que só uma minoria tem.

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