As 10 maiores mentiras sobre produtividade pessoal

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Existem determinados conceitos sobre produtividade pessoal que apesar de serem bastante conhecidos, tenho a certeza de que se os tivesse adotado ao longo da minha vida, estaria neste momento escarrapachado numa poltrona a fazer uma maratona de series da Netflix e com mais 30 kg de gordura corporal, em vez de estar a escrever este artigo. 

Ainda assim, acredito que quem os divulga, não o faz com o propósito de acabar com a capacidade fenomenal que os seres humanos têm para produzir feitos incríveis, embora contribua para tal.  

Agora que consegui extravasar a minha dose diária de sarcasmo com os parágrafos acima, posso começar a definir o que é a produtividade pessoal. 

A produtividade pessoal. 

A produtividade pessoal consiste em conseguir organizar o seu tempo e gerir a sua energia para realizar aquilo que você quer, e vai desde aprender a cozinhar novos pratos, passando por pintar o hall de entrada da sua casa, até criar um blog. 

No fundo, a própria definição de produtividade está na relação entre aquilo que é produzido e os recursos gastos na sua produção, tal como tempo, energia e dinheiro. 

O ponto que mais dificuldade tenho em digerir com esta definição, é precisamente a ideia de que para produzir algo tem de se “gastar alguma coisa”.  

Esta afirmação é verdadeira em muitos casos, contudo, sermos produtivos não só não tem de nos fazer gastar alguma coisa, como ainda pode acrescentar valor às nossas vidas.  

Quando penso em produtividade pessoal, penso também em realização pessoal. E que melhor forma de acrescentarmos qualidade às nossas vidas do que pelo facto de nos sentirmos realizados? 

A produtividade é viciante por isso mesmo. Faz nos sentir bem. 

As 10 maiores mentiras sobre produtividade pessoal. 

Estas são as 10 maiores mentiras sobre produtividade pessoal com as quais todo o mundo parece concordar. Tenho apanhado estes conceitos um pouco por todo lado, como em workshops e livros sobre gestão dos anos 50. 

Apesar de que hoje em dia, começa a perceber-se que muitos destes conceitos são na verdade contraprodutivos. 

1 

Somos mais produtivos nas primeiras horas da manhã. 

A lógica por detrás deste conceito, é que quando acordamos estamos com o máximo da nossa energia, e que esta se vai gastando ao longo do dia, até chegar à noite e precisarmos de dormir para voltar a encher a nossa barra de energia até aos 100%, como se fossemos a personagem de um jogo de vídeo. 

Algumas pessoas sentem-se mais produtivas da parte da tarde, outras sentem-se verdadeiramente inspiradas durante a noite, e outras fazem aquilo que têm a fazer independentemente das suas emoções

Estas últimas são as que vencem na vida. 

2 

Multitasking. 

Existem estudos que comprovam que alternar frequentemente entre tarefas, diminui a nossa capacidade de nos focarmos e cansa o cérebro. 

Focarmo-nos numa única coisa por períodos de tempo prolongados, é a melhor maneira de obter resultados com qualidade.

3 

As coisas fazem-se com o tempo.  

Oiço muitas vezes esta frase a ser dita por pessoas que têm muitos planos para o futuro, mas que nunca estão verdadeiramente a trabalhar em nenhum. 

As coisas não se fazem com o tempo. Fazem-se com a execução, e o único espaço temporal em que esta é possível é no presente. 

4 

Se dormir menos tem mais horas para ser produtivo.  

Pesquisadores da universidade de Harvard realizaram estudos onde concluíram que quanto mais alguém se priva de sono, mais erros comete no seu trabalho.  

Dormir pouco para fazer mais é algo que pode ser feito a curto prazo. Contudo, tal torna-se insustentável nas metas de longo prazo. Se tentar dormir menos do que aquilo que realmente precisa, terá sempre que recuperar de alguma forma. 

5 

É preciso inspiração para ser produtivo 

“Os amadores sentam-se e esperam pela inspiração, o resto de nós simplesmente levanta-se e vai trabalhar” 

Stephen King

A velha desculpa da falta de inspiração tem apenas dois propósitos: procrastinação e autossabotagem

6

É preciso ter força de vontade.  

Vou resumir em duas frases a solução para o “problema” mais rentável da indústria multibilionária do desenvolvimento pessoal, a motivação. 

A motivação serve para fazer-nos começar alguma coisa, até criarmos uma rotina. Uma vez a rotina criada, esta não requer praticamente nenhum esforço para ser mantida. 

7

As pausas prejudicam a produtividade. 

As pausas são fundamentais para recuperar o discernimento quando estamos a pensar há demasiado tempo num problema. 

É claro que não lhe estou a sugerir que faça pausas de 1 hora por cada 10 minutos de trabalho. Descubra qual o seu tempo de foco mais produtivo até precisar de uma pausa, e não a menospreze. 

8

A vida tem de estar a correr bem para se ser produtivo. 

Se fosse verdade, não ouviríamos aquelas histórias inspiradoras com pessoas que realizaram os seus sonhos, apesar de viverem vidas extremamente difíceis. 

Todos nós temos alturas más nas nossas vidas, as fases vão e vêm. Curiosamente, trabalhar nos nossos projetos pessoais pode ser uma grande ajuda quando atravessamos tempos mais complicados. 

9

Tem de se sentir de uma determinada maneira para ser produtivo. 

A cultura pop e os filmes da Disney ensinaram-nos que devemos “seguir o nosso coração”. Se for um escravo das suas emoções, quando tiver de escolher entre começar a escrever o seu livro ou ver um episódio do Family Guy, vai estar em maus lençóis. 

10

Se quer ser produtivo deve fazer as coisas à maneira dos outros e não à sua. 

Se acha que praticar todas as mentiras sobre produtividade mencionadas neste artigo pode fazer explodir a sua produtividade, então faça exatamente isso! 

Você sabe o que o ajuda a ser mais produtivo, e não existe ninguém que o conheça melhor do que você mesmo. 

Conclusão. 

Estas são, na minha opinião, as maiores mentiras sobre produtividade que ouvimos por aí.

Se conhece mais alguma, deixe-me sabê-la comentando.

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