Talvez eu esteja a partir do pressuposto errado ao pensar que somos importantes e que estamos aqui a fazer alguma coisa.
Nada obstante, acredito que a produtividade individual está ligada a questões existenciais para muitos indivíduos, dos quais sou indubitavelmente um deles.
O que deseja verdadeiramente?
Peço-lhe que ignore todos os clichés que acompanham a pergunta que dá o título a este artigo. Se alguma vez se perguntou o que está a fazer neste mundo, deve colocar os filtros sociais de parte para que consiga uma resposta.
De preferência, a sua própria resposta.
Quando penso nos motivos pelos quais alguém existe, a primeira coisa que me vem à cabeça, é que esta é uma questão puramente pessoal. Visto que não acredito que haja alguém assim tão importante, ao ponto de ter nascido para fazer alguma coisa em concreto.
Será que está a desperdiçar o seu tempo?
O que estamos nós aqui a fazer, é a pergunta que nos devemos colocar quando não temos a certeza de estarmos a ocupar o nosso tempo da melhor maneira.
Olhe para o seu passado, observe como tem ocupado o seu tempo nos últimos anos, e saberá pelo menos o que andou aqui a fazer. Todas as decisões que tomou até hoje ditaram o resultado da sua vida atualmente.
O seu papel no universo.
Quando consideramos de uma forma mais ampla a nossa presença no universo observável, é impossível não ficarmos impressionados. Para entender o quanto insignificante o planeta Terra se torna em toda a dimensão (conhecida até ao momento) do universo, veja este vídeo:
Depois de se aperceber de que a Terra não chega a ser um grão de areia no espaço, imagine o quanto insignificante é cada um dos nossos fracassos, das nossas preocupações, dos nossos problemas, das nossas birras, dos nossos dramas e até mesmo nós próprios.
Valerá mesmo a pena perder tempo a pensar no passado?
As gratificações imediatas abundam à nossa volta, mas curiosamente, a capacidade de as adiar a longo prazo levam a recompensas ainda maiores.
Não sabemos quando será o nosso último dia aqui. Os prazeres fugazes podem ser um desperdício de tempo em certas alturas, e noutras, uma maneira de aproveitar o facto de se estar vivo.
A importância da sua realização pessoal.
Existe uma correlação muito forte entre a capacidade de adiar as gratificações imediatas e a realização pessoal.
Não se trata de abdicar daquilo que nos dá prazer num exercício de autossacrifício, mas antes de abdicar daqueles prazeres emocionais que nada acrescentam às nossas vidas e que desperdiçam tempo que poderia ter sido utilizado para alcançarmos feitos excecionais durante a nossa passagem na Terra.
FOMO, (fear of missing out, em português medo de estar a perder) é a nova ansiedade social caracterizada pelo medo de estar a perder experiências e oportunidades que outras pessoas estão a aproveitar.
O FOMO só poderia existir num mundo cheio de oportunidades como aquele em que vivemos. As redes sociais contribuem em grande parte para o desenvolvimento deste transtorno, uma vez que nos recordam incessantemente as aparentes experiências espetaculares que os nossos amigos e conhecidos afirmam estar a ter.
Enquanto observa os outros os seus dias passam.
A cruel ironia, é que se estiver permanentemente a ver aquilo que os outros andam a fazer com medo de perder alguma coisa, vai perder a mais interessante de todas que é a sua própria vida.
O meu FOMO, é chegar ao fim dos meus dias e não ter realizado nada de importante durante a minha vida. Para o evitar, tento fazer com que a produtividade diária nos meus projetos pessoais seja a minha gratificação imediata. Por vezes sou bem-sucedido, outras vezes não.
Ainda assim, prefiro viver com a perspetiva de um futuro próspero do que passar o meu tempo livre em atividades recreativas, e ter a certeza absoluta de que nunca realizarei nada de significativo a vida toda.
Quanto a si, faça-se a seguinte pergunta:
– O que é que eu quero fazer enquanto cá estiver?
Se souber a resposta e estiver disposto a partilhá-la, deixe-me sabê-la comentando.
Interesso-me por todo o conhecimento que pode genuinamente melhorar as nossas vidas. Discordo dos ideais transmitidos pela cultura pop, e prezo habilidades como a autodisciplina e a capacidade de pensar pela própria cabeça. O meu propósito de vida é escrever não-ficção.
Bastante interessante sua reflexão, me deixou bastante pensativa.
Eu penso bastante sobre isso, a humanidade parece que reduziu o valor da vida a bens materiais e reputação… a gente tem um tempo limitado e gasta a maior parte dele sem fazer nada que nos deixe feliz :/
Boa reflexão. Não somos nada se pensarmos na infinitude do universo e tem gente que gasta seus dias fazendo coisas que não são legais.
;*
Olá!
Estou me tornando super fã do seu blog, adoro o que você escreve. Reflita bastante com os temas que você aborda.
Abraços
Gostei do texto, temos que focar na nossa vida para sermos produtivos no lugar de ficar apenas atrás do próximo.
Nós nada fazemos Aqui e só a nossa Inteligência, nos permite perceber o quanto somos insignificantes. Portanto a nossa Inteligência é a maior punição que sofremos por sabermos que existimos. E porquê a Punição? È isso que nos falta saber.
Talvez a punição exista para nos lembrarmos de aproveitar as gratificações imediatas nos breves momentos em que a vida nos corre bem.
Quando nos libertarmos de todas as obrigações automáticas e predefinidas pela sociedade para a nossa vida, quando tirarmos dos ombros a importância que atribuímos ao ser humano de que tem de ter e fazer coisas importantes e percebermos que para o mundo temos a mesma insignificância e a mesma liberdade que um animal ou uma planta descobrimos, na nossa essência, o nosso propósito, descobrimos aquilo em que somos bons e o que nos dá prazer fazer.
Concordo a 100%. Será que algum dia a raça humana vai entender isso? Possivelmente, mas num futuro distante.