Não importa como gere o seu tempo, qual a sua atividade profissional, ou até se está desempregado. Haverá sempre ciclos na sua vida em que parece existir uma infinidade de afazeres que deveria de realizar, mas que por algum motivo, tem de estar constantemente a adiar.
A sensação de estar sobrecarregado gera stress, dá-nos cabo dos neurônios e faz com que a nossa energia se esgote rapidamente.
Jamais conseguirá o controlo absoluto.
Ainda que seja um expert na gestão do seu tempo, lamento informá-lo de que nunca será o suficiente para ter total controlo sobre as circunstâncias à sua volta e impedir a acumulação de tarefas, obrigações e compromissos.
Nada obstante, não precisa de se martirizar por não conseguir resolver todos os desafios da sua vida de forma rápida e eficiente, pois caso se encontre numa fase em que está sobrecarregado, tal não significa que seja incompetente nem que seja irresponsável.
Aceite o esquecimento das prioridades.
Uma vez chegado ao ponto em que não tem mãos a medir para todas as suas obrigações, precisa de fazer aquilo que as pessoas adultas e maduras fazem, que é lidar com a situação que as aflige.
Para começar, aceite que perdeu o discernimento sobre o que deve ser priorizado na sua vida.
Enquanto se estiver a sentir sobrecarregado, a sua produtividade vai diminuir substancialmente, o que é uma pena, tendo em conta que se está a ler um blog sobre desenvolvimento pessoal e produtividade, é porque quer chegar rapidamente às suas metas.
Uma vez adquirida a noção de que a sua perspetiva acerca do que é mais importante na gestão do seu tempo já viu melhores dias, é importante perceber como é que se criou essa desordem na sua cabeça.
Como é que ficou sobrecarregado.
Quando está sobrecarregado, é porque tem mais tarefas e compromissos pendentes do que aqueles com que sente que é capaz de lidar.
Gostaria de saber como é que se desencadeou essa situação?
Então aqui vai:
Por causa da sua dificuldade em dizer a palavra “não”.
Fazer recusas é desagradável a maior parte das vezes. Recentemente, fui convidado por um conhecido meu, alguém que tenho em grande estima, a participar num novo projeto empreendedor.
Com a minha agenda seria completamente irresponsável aceitar participar em projetos de longo prazo. A minha atividade atual ocupa-me todo o tempo disponível, pelo que fui obrigado a recusar.
Não me senti confortável em dizer “não”, a sensação foi desagradável e no momento em que o fiz posso até ter parecido rude.
Contudo, se não o tivesse feito provavelmente você não estaria a ler este artigo, uma vez que eu teria adiado a sua conceção, assim como várias rotinas que já estão instauradas nos meus dias, fazendo com que me sentisse sobrecarregado.
E aí jaz o problema.
Adiar tarefas, a melhor forma de gerar stress.
Adiar tarefas não significa abdicar de as fazer. Quando não faz recusas, deixa as coisas acumularem-se e à medida que estas se vão amontoando, vai também crescendo o stress e a ansiedade dentro de si.
O que mais contribui para esse stress, é tentar manter na sua cabeça tudo aquilo que tem para fazer.
Seja de maneira consciente ou não, você tem uma lista mental e preocupa-o a possibilidade de se esquecer de alguma coisa, ou quem sabe não estar a dar a devida atenção ao mais importante.
Felizmente, existe uma maneira muito fácil de resolver essa situação. A solução que lhe vou apresentar a seguir é aquela que eu uso pessoalmente sempre que me descuido e deixo demasiadas tarefas acumularem-se, perdendo assim a noção das que deveria priorizar.
Como recuperar a noção de prioridades.
Comece por fazer um Brain Dump. Traduzido à letra para português seria um “despejo de cérebro”, o que não soa nada sexy, por isso passo explicar:
Agarre numa folha de papel (ou num bloco inteiro dependendo do tempo que já anda a dizer que “sim” a toda gente que precisa que faça algo por eles) e escreva rigorosamente tudo aquilo que tem para fazer.
Só isso.
Não se esqueça de nada e não precisa de escrever por ordem de prioridades. Escreva apenas tudo o que tem vindo a adiar, desde os compromissos recentes aos mais antigos.
Depois de fazer uma lista, escreva ao lado de cada item o grau de prioridade de 1 a 100. No final deve ficar com algo do género:
67 – Lavar a loiça.
9 – Marcar consulta no médico.
23 – Acabar de ver o Game o Thrones.
1 – Arrancar dente do siso.
Não se deixe iludir pela simplicidade deste exercício, este já me permitiu várias vezes recuperar o fôlego em alturas em que não tinha mãos a medir para todas a minhas incumbências.
Agora que tem uma lista com tudo o que tem para fazer e com o nível de prioridade, não se esqueça de uma coisa extremamente importante:
Lembre-se de dizer “não” às pessoas e às situações que querem à força fazer parte da sua agenda, quando já tiver outras prioridades.
Pergunta: Qual a sua estratégia para lidar com as alturas em que fica sobrecarregado?
Interesso-me por todo o conhecimento que pode genuinamente melhorar as nossas vidas. Discordo dos ideais transmitidos pela cultura pop, e prezo habilidades como a autodisciplina e a capacidade de pensar pela própria cabeça. O meu propósito de vida é escrever não-ficção.