É difícil de entender se a vida passa por nós, ou se somos nós que passamos pela vida. Começamos cedo a acreditar que as pessoas são todas diferentes uma das outras, talvez para termos a sensação de que somos especiais.
Se todo o mundo é diferente, haverá certamente alguma coisa que nos destaca. Não obstante, se perguntar a qualquer especialista sobre o comportamento humano, este dir-lhe-á que as pessoas são muito previsíveis.
O leque de reações possíveis às diversas situações que surgem nas nossas vidas não é assim tão vasto quanto aquilo que podemos imaginar. E por enquanto, limitar-nos-emos a apenas duas hipóteses.
Ser reativo vs ser não-reativo.
Se é daquelas pessoas que costuma perder irrefletidamente a calma, que é facilmente influenciado por outras pessoas, ou que permite que o ambiente à sua volta controle as suas emoções, significa que é muito reativo.
Quando somos muito reativos, a aleatoriedade dos eventos nas nossas vidas dita o nosso estado emocional, bem como somos facilmente manipulados por outras pessoas. O ambiente causa mudanças dentro nós.
A alternativa é ser não-reativo.
Repare nas pessoas mais confiantes que conhece. Quando as coisas não acontecem conforme planeiam, qual a sua reação? Provavelmente, quase que não reagem. Quando não conseguem o que querem, sabem que tal apenas significa que não conseguiram o que queriam ainda.
As vicissitudes da vida não os deixam ansiosos. Não se vitimizam quando a má sorte lhes bate à porta, e mesmo que percam o controlo das suas emoções por algum motivo, são muito rápidos a recuperá-lo.
Uma pessoa não-reativa não aguarda pela autorização das outras pessoas para ir atrás dos seus sonhos, e este, é o maior motivo pelo qual você deveria de ser assim também. Acima de tudo, ser não-reativo é não permitir ser-se um escravo das próprias emoções.
O problema de ser demasiado reativo.
Durante a sua jornada vai encontrar pessoas narcisistas, destrutivas, críticas, negativas, e que ficarão ofendidas pelo simples facto de você acreditar em si mesmo. Estas pessoas tentarão arruinar o seu bem-estar e fazê-lo desistir dos seus sonhos.
A melhor maneira de lidar com elas, é não sentir necessidade de o fazer! Para além da influência negativa de algumas pessoas, ser muito reativo também vai fazer com que as suas ações não sejam consistentes.
Quando surgirem inadvertências no seu caminho vai perder o seu foco, distraído pela sua própria reação.
Vantagens de ser não-reativo.
Ser não-reativo dá-lhe poder. Não sobre as outras pessoas, mas sobre a sua vida. Quando consegue ser indiferente consegue também desenvolver autodisciplina, não se deixando desviar do seu caminho pelas gratificações imediatas.
Uma das maiores vantagens em tornar-se não-reativo, é que as pessoas tóxicas à sua volta perdem o poder que têm sobre si, uma vez que as artimanhas que costumam usar para o manipular deixam de funcionar.
Características de uma pessoa não-reativa.
- As opiniões de terceiros não afetam o seu estado emocional.
- Não perde o controlo das suas emoções facilmente.
- Se por acaso perder o controlo, recupera-o rapidamente.
- O fracasso não influência a sua identidade.
- Quando tem problemas numa área da vida não permite que estes destabilizem todas as outras.
Como cultivar a não-reatividade.
- Mantendo a calma quando as outras pessoas se enervam.
- Saber quais os seus objetivos de longo prazo.
- Fazer alguma coisa diariamente relacionada com os seus objetivos de longo prazo.
- Saber que a sua realidade é uma construção das suas opiniões.
- Aceitar as situações que não controla em vez de lhes resistir.
- Sentir uma “indiferença positiva” sobre os problemas que não controla.
Ter uma noção apurada da sua própria mortalidade é o maior contributo para se tornar não-reativo. Para o ajudar nessa tarefa, leia um dos artigos mais pessoais que alguma vez escrevi: A morte este estranho conceito.
“Não sofremos pelos eventos nas nossas vidas, mas sim pelo nosso julgamento sobre estes.”
-Epictetus-
Interesso-me por todo o conhecimento que pode genuinamente melhorar as nossas vidas. Discordo dos ideais transmitidos pela cultura pop, e prezo habilidades como a autodisciplina e a capacidade de pensar pela própria cabeça. O meu propósito de vida é escrever não-ficção.