A vida é injusta, mas não para si!

Nunca, em toda a minha vida, ouvi alguém dizer que a vida é justa. Curiosamente, também nunca ouvi ninguém afirmar ser privilegiado e que a vida é injusta para as outras pessoas.  

Todas as vezes que ouvi alguém falar acerca das injustiças da vida, foi sempre na perspetiva de quem estava a ser uma vítima das circunstâncias.

No entanto, gostaria com este artigo de lhe mostrar um novo ângulo, e ajudá-lo a entender que apesar de a vida ser injusta, você encontra-se do lado dos afortunados, e não dos desfavorecidos.

Estatística sobre as injustiças no mundo.

Quando pesquisei pela primeira vez sobre a pobreza no mundo, fiquei completamente abismado com o que descobri! Os dados estatísticos que se seguem são apenas alguns dos mais surpreendentes que encontrei no site da Global Issues

Pelo menos 80% da humanidade vive com menos de 10$ por dia. 

80 POR CENTO! São 300 dólares por mês o que dá cerca de 260 euros! Se está nos outros 20%, faz parte de uma elite e nem sabia! 

Perto de um bilião de pessoas entraram no século XXI incapazes de ler ou de assinar o próprio nome

Segundo a Worldometers, no ano 2000 a população mundial era de 6,145,006,989 pessoas, ou seja, pouco mais de 6 biliões. 

Podemos então afirmar que no ano 2000, ano em que saiu o primeiro Toyota Prius e em que o GPS ficou disponível ao público, cerca de uma em cada seis pessoas no mundo era analfabeta! 

1.6 biliões de pessoas, ou seja, um quarto da humanidade vive sem eletricidade. 

Um quarto do planeta Terra vive sem eletricidade. Nada de frigoríficos, micro-ondas, aquecedores, telemóveis, televisões, computadores, NADA! 

Vamos agora falar daquela substância que existe em abundância na sua casa, nos centros comerciais, nas estações de comboios e em qualquer sítio público. A água. Os seguintes dados são da WaterAid

  • 2.3 biliões de pessoas no mundo não têm acesso a instalações sanitárias decentes. 
  • 31% das escolas não têm água potável. 
  • 844 milhões de pessoas não têm acesso a água potável. 

Ainda acha que a vida é injusta para si? 

Você é um privilegiado. 

A não ser que faça parte da estatística de um dos grupos acima, você é um privilegiado. O que o faz distorcer a sua perceção, são as comparações com outras pessoas e a mentalidade de vítima tão comum nos dias de hoje. 

Quando se vê a si próprio como uma vítima, deixa de ter qualquer poder de influenciar os seus resultados. Tudo o que lhe acontece passa ser fruto da sorte ou do azar. Você pode tomar decisões, pode desenvolver a sua criatividade, pode falhar e pode começar de novo.  

As pessoas nos países pobres não só têm um leque de decisões muito mais reduzido, como ainda por cima, mesmo que deem o seu melhor, o máximo que conseguem alcançar é extremamente limitado em comparação com o que qualquer pessoa num país desenvolvido pode atingir, mesmo que tenha origens na pobreza extrema. 

Sim, existem alturas difíceis nas nossas vidas. 

Não quer dizer que a vida seja um mar de rosas para todas as pessoas que vivem em países desenvolvidos. A vida é dura, cheia de obstáculos, caos e imprevistos.  

No entanto, para aqueles de nós que estão incluídos na estatística dos privilegiados, não só existem muito mais possibilidades, como também estamos equipados para lidarmos com os nossos problemas de uma forma que a maior parte dos habitantes do planeta Terra não está! 

Não seja tão sensível, vá atrás dos seus sonhos! 

Não sei o que aconteceu ao longo da sua vida. Quais as tragédias com que o destino o brindou, nem de que forma as suas ações foram limitadas por influências externas. 

Mas sei que os piores momentos da sua vida fazem de si quem você é, e sei também que pode fazer alguma coisa de útil com todas essas experiências. 

Algumas pessoas gostam de se sentir vitimizadas, têm prazer com os sentimentos de autocomiseração e com a atenção que recebem quando fazem dramas. O que não imaginam, é que aquilo que está do outro lado é muito mais compensador e gratificante. 

Sentir que tem o poder de causar mudanças através das suas ações nada tem a ver com as circunstâncias em que se encontra, tem tudo a ver com a sua mentalidade.  

Independentemente de achar a vida injusta ou não, numa coisa estou certo de que vai concordar comigo, que é no facto de esta ser curta. E esse, é motivo suficiente para não perder tempo, fazer o que tem a fazer e assumir a responsabilidade pelos resultados das suas decisões.  

A balança dos privilégios pende para o seu lado, está nas suas mãos usufruir dos seus para construir a vida que deseja.

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